Reforma ortográfica vai trazer benefícios? Você é contra ou a favor do acordo?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, na tarde desta segunda-feira (29), o decreto que estabelece o cronograma para a vigência do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O evento aconteceu no Rio de Janeiro, em cerimônia na Academia Brasileira de Letras, durante sessão solene de celebração dos 100 anos de morte de Machado de Assis.
"O acordo tem, na verdade, uma importância maior do que pode parecer à primeira vista. Por isso, precisa ser explicado com clareza para os cidadãos desse país", disse Lula, durante a cerimônia
.Para o presidente, o acordo é um resgate das origens. "Quero destacar o resgate dos nossos laços com a África, principalmente com os países de língua portuguesa. É o reencontro do Brasil com suas raízes mais profundas, um reencontro consigo mesmo".
Sem consenso
A unificação ortográfica dos países de língua portuguesa é discutida desde 1991. Entre escritores e gramáticos, não há consenso sobre a reforma.
O gramático e imortal da Academia Brasileira de Letras Evanildo Bechara acredita que não há desvantagem na unificação do idioma. "Para uma pessoa culta, essas alterações não representam uma dificuldade, mas para uma criança ou uma pessoa menos preparada, a diferença na ortografia pode causar dificuldade no entendimento do texto".
Na outra ponta, o filósofo e escritor Hélio Schwartsman diz que "nunca foram meia dúzia de consoantes mudas --como nas formas lusitanas "adopção" e "óptimo"-- que constituíram barreira à intercomunicabilidade entre leitores e escritores dos dois lados do Atlântico".
Em vigorO acordo entra em vigor a partir de janeiro de 2009, mas as duas normas ortográficas --a atual e a prevista no acordo-- poderão ser usadas e aceitas como corretas nos exames escolares, vestibulares, concursos públicos e demais meios escritos até dezembro de 2012.
A reforma ortográfica prevê mudanças na língua portuguesa, como o fim do trema, a supressão de consoantes mudas, novas regras para o emprego do hífen, inclusão das letras w, k e y ao idioma, além de novas regras de acentuação.
O acordo foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, para unificar o registro escrito nos oito países que falam português: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.
A medida, segundo o MEC (Ministério da Educação), deve facilitar o processo de intercâmbio cultural e científico entre os países e ampliar a divulgação do idioma e da literatura em língua portuguesa.
Da RedaçãoEm São PauloDEshow('180x150',5,8);Atualizada às 18h00
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