terça-feira, 3 de agosto de 2010

Valorizar a literatura começa pela criação de um "ambiente leitor"

Como gestor, talvez você precise mudar alguns aspectos da rotina e dos espaços da escola para oferecer esse aprendizado a todos os estudantes. O ideal é pensar em como criar um "ambiente leitor", envolvendo gestores, professores, funcionários e pais nessa tarefa (afinal, o exemplo dos adultos como modelos de leitor é fundamental para estimular a garotada e atingir os objetivos). Isso não significa que seja obrigatória a montagem de uma biblioteca "oficial", com pelo menos um título por aluno matriculado e um bibliotecário formado cuidando das obras. Ao contrário, qualquer espaço pode ser adaptado para a montagem do acervo. "O que está em jogo é a importância que se dá à leitura. De nada adianta ter um local razoavelmente estruturado se esse valor não é parte da cultura do grupo", resume Roberta Panico, consultora de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR. Até porque, segundo o Censo Escolar de 2009, apenas um terço das escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio tem biblioteca (nas particulares, esse número sobe para 78%) - razão pela qual o governo federal aprovou, em maio, uma lei que define o prazo de dez anos para que todas as instituições de Educação Básica passem a ter uma (se você já tem uma biblioteca em sua escola, leia o quadro abaixo com dicas para melhor geri-la). 

Nesta reportagem, apresentamos as oito ações mais eficazes para construir e manter viva a cultura de escola leitora. Elas estão divididas em quatro áreas da gestão (espaço, materiais, equipe e comunidade) para ajudar você, gestor, nesse trabalho. Como diz a espanhola Teresa Colomer, professora da Universidade Autônoma de Barcelona e especialista em literatura infantil e juvenil, "as maneiras para chegar lá são variadas, mas o objetivo final é sempre o mesmo: promover um entorno povoado de textos, tempos de leitura e conversações sobre eles".

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Biblioteca para todos
De olho na equipe e no horário de funcionamento

Mesmo as escolas que têm biblioteca podem sofrer com outros problemas. Um deles é a falta de bibliotecário, pois há menos profissionais formados do que espaços para eles trabalharem. Nesse caso, é possível preparar um professor para ser o responsável pelo local - ou alunos-monitores e estagiários. Outra atribuição do gestor é manter o espaço aberto em períodos e tempos adequados para melhor atender o público. No CMET Paulo Freire, em Porto Alegre, cinco educadores se revezam para que a sala fique aberta das 8 às 22h30, para as turmas dos três períodos. Vale lembrar que a biblioteca é um lugar de leituras individuais e de interação. "É ali que os alunos vão aprender a pedir indicações e dividir opiniões. Por isso, não se deve exigir o silêncio absoluto", completa Roberta Panico.


fonte revistaescola

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