Atendendo aos pedidos de várias pessoas que acompanham o blog, estou iniciando a publicação de uma "Cartilha de Xadrez".
O texto ficou um tanto longo, reconheço, mas creio que isso não será uma falha e sim, a necessidade de incluir informações fundamentais, sem as quais a Cartilha ficaria sem sentido, vaga.
Eis nosso plano de trabalho:
1.A criança e as atividades lúdicas
2.O que é o xadrez?
3.Por que jogar xadrez?
4.O valor educativo do xadrez
5.História do xadrez
6.Lendas
7.As peças
8.Movimento das peças
9.Movimentos especiais
10.Posição do tabuleiro e colocação das peças
11.Anotação de partidas
12.Noções de tática
13.Mates elementares
14.Como montar um Clube de Xadrez na escola
1.A criança e as atividades lúdicas
Em princípio, devemos entender o jogo como uma atividade que obedece ao impulso mais profundo e básico da essência animal. Essa atividade se inicia em nossas vidas com os mais elementares movimentos, complicando-se até dominar a enorme complexidade do corpo humano.
Os primeiros jogos que a criança faz são os chamados jogos de exercício, utilizando como principal objetivo seu próprio corpo. Os bebês chupam suas mãos, emitem sons e repetem diversos movimentos sem finalidade utilitária.
A transição dos jogos de exercícios para os simbólicos marca o início de percepção de representações exteriores e a reprodução de um esquema sensório-motor fora de seus contextos.
Podemos dizer que o jogo simbólico é um jogo de exercício em que o que é exercitada é a imaginação.
Ao chegar ao período das operações concretas (por volta dos 7 anos de idade) a criança, pelas aquisições que fez, pode jogar atendo-se a normas. Surgem então os jogos de regras, e ela terá que abandonar a arbitrariedade que governava seus jogos para adaptar-se a um código comum, podendo ser criado por iniciativa própria ou por outras pessoas, mas que deverá acatar limites porque a violação das regras traz consigo um castigo.
Isso ajudará as crianças a aceitar o ponto de vista das demais, a limitar sua própria liberdade em favor dos outros, a ceder, a discutir e a compreender.
Quando se praticam jogos de grupo a experiência se engrandece, já que a sociabilidade é agregada à vida da criança, surgindo assim os primeiros sentimentos morais e a consciência de grupo.
Quando a criança joga compromete toda sua personalidade, não o faz para passar o tempo.
Pode-se dizer, sem dúvida, que o jogo é o "trabalho da infância" ao qual a criança dedica-se com prazer.
É fácil perceber, diante disso, o inegável valor educativo que a prática lúdica possui.
Muitos psicólogos afirmam que os primeiros anos são os mais importantes na vida do homem, sendo que a atividade central manifestada é o jogo.
É notável o que se pode aprender construindo seus próprios jogos, utilizando conceitos de plano inclinado, polias, velocidades etc., coisas que só serão ensinadas muito depois no período escolar.
O erro que muitos professores cometem é não valorizar em toda sua extensão essa atividade, extraindo o que ela contém de educativo.
Podemos sentir na criança que seu ingresso na escola é algo muito diferente de tudo que ela fez até então, que terá obrigações a cumprir, que sua vida dedicada ao jogo terá uma mudança brusca.
Temos que aprender a diferenciar o que significa o jogo para o adulto e para a criança. Para nós adultos, porque assim nos educaram, o jogo é o que fazemos quando não se tem alguma coisa mais importante e desejamos preencher horas vazias com algum lazer. Para as crianças é todo um compromisso no qual lutam e se esforçam se algo não sai como querem.
Esse texto foi pesquisado no site indicado abaixo:
http://www.clubedexadrez.com.br/portal/cxtoledo.asp
Vale apena conferir o restante da cartilha e outras dicas sobre xadrez no link abaixo.
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