sexta-feira, 24 de julho de 2009

Como desenvolver o paladar de uma criança

Beliscar, ou ser seletivo com comida, faz parte do curso da infância. Algumas crianças não serão nunca bons garfos. Outras, que comem qualquer coisa até os 18 meses de idade, de repente comerão dois ou três alimentos diferentes aos 2 anos.

As crianças não beliscam alimentos para sempre
©iStockphoto.com/eurobanks
As crianças não beliscam alimentos para sempre

Crianças tipicamente desenvolvem hábitos alimentares extremamente limitados. Medo de novos alimentos, ou neofobia, é, em parte, uma adaptação evolutiva criada para proteger nossos ancestrais de comer substâncias perigosas. Mas a neofobia alimentar, junto com uma dieta somente de salgadinhos e uma simples recusa a comer o que está no prato, também são um fenômeno do desenvolvimento.

Primeiro, os botões de gosto (pequenos receptores na língua que percebem o sabor) das crianças não estão totalmente formados, então elas, literalmente, não têm paladar para todos os alimentos que os adultos comem. Do ponto de vista psicológico, crianças pequenas não são muito fãs de variedade em geral (observe a insistência de um pequenino em usar aquela camiseta amada todos os dias), e elas também estão em processo de reivindicar sua jovem independência. Que melhor maneira de dizer "Você não manda em mim" do que não comer o que a "mandona" cozinha?

O problema, claro, é que a dieta de salgadinhos apenas não têm todos os nutrientes que uma pessoa precisa. Mais, a disposição de experimentar novos e diferentes alimentos na tenra idade pode ser um bom começo para um hábito duradouro de abertura a novas ideias. Por isso, os pais continuam tentando expandir o paladar de seus filhos pequenos, com resultados variados.

Embora não exista nenhum método infalível para tirar os filhos desse padrão de comportamento alimentar, há algumas maneiras de aumentar as chances de sucesso:

Deixe as crianças ajudarem

Envolver as crianças na escolha e no preparo de novos alimentos torna-as mais propensas a decidir comê-los. Leve-as com você à feira ou ao supermercado e deixe-as escolher os vegetais do almoço ou do jantar. Quando for prepará-los, dê a elas uma tarefa, como salpicar o sal (já separado na quantidade certa por você) ou mexer o molho.

Torne a comida divertida

Se comer é uma atividade, em vez de um fardo, um beliscador pode esquecer que é tão seletivo. Uma criança de 18 meses adora mergulhar coisas, por isso sirva o novo alimento com um molho de que ela já goste. Ou prepare algo novo, como snacks coloridos para a hora do chá.

Limite doces e salgadinhos

Se a criança se entupir de suco e salgadinhos, é menos provável que ela coma as cenouras não-tão-doces e o frango temprado que estão no prato na hora do jantar.

Evite a tentação da comida bege

Macarrão, frango empanado e batatas fritas são legais, mas não exclusivamente. Não opte automaticamente pelo menu de comidas beges quando sair; peça as meias-proções coloridas para crianças da "comida para adultos", ou divida a sua entrada.


Persista

Você pode ter de introduzir um novo alimento dúzias de vezes antes que elas o provem. Exposição é a chave. Continue colocando-o no prato, e há chances de que elas eventualmente o comam.

Apenas tenha em mente que "persistir" não significa "insistir". Forçar seus filhos a comer algo não fará nenhum bem além de proporcionar algum valor nutricional momentâneo, e provavelmente acabará produzindo uma pessoa com problemas alimentares e para comer.

Mas enquanto a criança não estiver em perigo (se você estiver preocupado com deficiências nutricionais, contate um pediatra), as chaves para desenvolver o paladar de uma criança são paciência, flexibilidade e uma dose saudável de perspectiva: há 99% de chance de que elas irão superar o hábito de beliscar tão naturalmente quanto superaram o hábito de mastigar os próprios pés.

Você sabia?
O medo de novos alimentos é chamado de neofobia. Ele implica aversão ("Eu não gosto desse sanor"), percepção de perigo ("Esse alimento não parece seguro") e nojo ("Tira isso da minha boca agora!"). O nojo é mais frequentemente associado à textura.

Como a gravidez afeta o olfato e o paladar?

por Molly Edmonds - traduzido por HowStuffWorks Brasil

A sensibilidade a odores aumenta durante a gravidez, por este motivo, a rede de supermercados Tesco chamou grávidas para degustar seus vinhos e indicar os melhores aos seus clientes
Rhoberazzi / iStockphoto
A sensibilidade a odores aumenta durante a gravidez, por este motivo, a rede de supermercados Tesco chamou grávidas para degustar seus vinhos e indicar os melhores aos seus clientes


Quando a rede de supermercados britânica Tesco pediu que mulheres grávidas fossem degustar seus vinhos em 2004, ela não estava defendendo a síndrome fetal do álcool. As degustadoras de vinho do Tesco não bebem os vinhos, mas os fazem girar em suas bocas para sentir o sabor e então cuspi-los.

Por que a Tesco quis mulheres grávidas, entre todas as pessoas, para fazer isso? A rede esperava tirar vantagem dos narizes e dos paladares de mulheres grávidas para obter os melhores vinhos para seus clientes.

A campanha da Tesco foi inspirada pela sommelier da rede, que engravidou e relatou que sua experiência em degustar vinho se tornou muito mais pronunciada. Ela não está sozinha em descobrir seus sentidos alterados: livros de gravidez alertam sobre o efeito, e vários estudos em que mulheres relataram suas percepções sensoriais descobriram que a maioria das mulheres notou uma mudança.

Um desses estudos, publicado em 2004, pediu a mais de 100 grávidas para relatar sobre seus sentidos em vários pontos da gravidez, e 76% das participantes experimentaram uma mudança no olfato e no paladar [fonte: Nordin et al]. Dois terços das mulheres relataram aumento na sensibiidade a odores, mas elas também relataram distorções de cheiros, cheiros ilusórios e sabores anormais, incluindo sensibilidade aumentada a amargo e diminuição da sensibilidade a sal [fonte: Nordin et al.]. Na maioria das vezes, as mulheres experimentaram esses efeitos durante o primeiro trimestre de gravidez, embora um percentual pequeno tenha relatado as alterações no último estágio da gravidez. Depois da gravidez, todas as mudanças de percepção de cheiro e sabor desapareceram.

Infelizmente, os cientistas não podem respaldar esses relatos com nenhum dado real e concreto. Quando a Tesco anunciou seus planos, um médico do Britain's Royal College of Obstetrics and Gynecology disse que não havia evidências da intensificação do paladar durante a gravidez e acusou a rede de estar fazendo publicidade da ingestão de bebida alcóolica durante a gravidez [fonte: BBC]. Mas um especialista em odores reagiu dizendo ser muito difícil estudar o efeito, já que cada grávida experimenta a alteração de forma diferente [fonte: Sample]. Os cientistas discordam seriamente sobre as origens dessas mudanças.

Então por que tantas mulheres relatam esse sintoma? Há algum benefício na sensibilidade a cheiros, ou é apenas mais uma coisa para tornar os nove meses de gravidez mais sofridos? Descubra na próxima página.

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Fonte: http://saude.hsw.uol.com.br


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