Uma questão que com extrema freqüência é feita por professores, mas, sobretudo por pais, diz respeito aos jogos eletrônicos que em pequenos aparelhos manuais, fazem a festa do consumo para crianças de diferentes idades, desde que em famílias com condição material para aceitar seu assédio.
- É um bem? Ou é um Mal?
A dificuldade da resposta não se escora em dúvidas cruéis. Sobre o tema existem interessantes estudos realizados no Brasil, mas principalmente que nos chegam do Japão, da Europa e dos Estados Unidos. A maior dificuldade é se desejar responder de maneira maniqueísta, afirmando que é um “bem” e assim atraindo para esses joguinhos todas as virtudes do mundo, ou garantindo que é um “mal” e condenando sua construção e a possibilidade dos pais no presente. Mais certo seria afirmar que os tais jogos eletrônicos são, sob certos ângulos um indisfarçável bem e são também um mal, se olhado por outro aspecto. Vamos, pois, buscar o bom senso da resposta esclarecedora, sem endeusar esses pequenos aparelhos, mas também sem a intenção de demonizá-los.
Toda criança, ao se envolver em um joguinho eletrônico está estimulando seu cérebro, se colocando de maneira rápida e desafiadora em constantes “tomadas de decisões” e o que mais se cobra na vida de uma pessoa que tomadas de decisões? Além disso, quando esses jogos não expõem gratuita violência, exigem sagacidade tátil e impõe desafios lógicos rápidos, úteis na estimulação matemática, importante no desenvolvimento de pensamentos estratégicos, desafiadores para o senso realista, competências importantes e que dificilmente poderiam ser trazidas por outra brincadeira qualquer. Esse é, sem dúvida, sem lado bom.
O lado negativo é, entretanto claramente percebido em três contextos: o primeiro é que, solitário, retrai a criança e a afasta de imprescindível socialização, o segundo é que, obcecaste a criança não quer largar o jogo por nada deste mundo e assim rouba de si mesmo tempo imprescindível para outras atividades mentais e as necessárias atividades físicas e, finalmente, porque dinâmicos em suas evoluções, os modelos comprados envelhecem do dia para a noite e as crianças se envolvem na doença perversa do consumismo, desejando a cada dia os jogos mais novos e mais desafiadores.
As se colocar, de forma sumária, pontos positivos e os pontos negativos dos jogos eletrônicos, não é difícil encontra-se o bom senso intermediário de sempre que possível permitir seu uso, explorando seu lado bom, mas restringindo-o com doce firmeza a duração prescrita e, dessa forma, anulando seu lado mau.
Mais ainda, ao se tomar a sábia atitude de disciplinar e restringir os momentos para o uso dos jogos eletrônicos pais e professores estão ensinando que a vida precisa sempre de regras para que possa ser bem vivida.
É por assim pensar que a solução mais sábia parece ser não impedir o uso e ajudar a criança a agilizar sua mente na tomada de decisões e em estímulos inteligentes e desafiadores essenciais, mas restringir esse uso para no máximo, duas horas por dia e assim levando toda criança a descobrir que a hora não é toda hora, ao mesmo tempo ensinando-a a momentos de leituras e de conversas, de pulos e estripulias, de bolas e de bolhas, de amigos e de lições.
Educar uma criança é principalmente discipliná-la com ternura, levando a doce percepção de que quem organiza seu tempo tem tempo para tudo. Para tudo e um pouco mais.
fonte: http://www.celsoantunes.com.br/pt/celso.php
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